“Se não gosta da minha história, escreva a sua própria”
[Contém Spoilers]
Watchmen, a série de TV da HBO criada por Damon Lindelof, é uma das melhores coisas que aconteceu entre os lançamentos de 2019. Ela dá continuidade e reinterpreta eventos dos comics de 1986-1987, criado por Alan Moore e Dave Gibbons. Diferente do filme de 2009, a série de Lindelof não adapta os mesmos eventos dos quadrinhos, mas retira deles os fatos que embasam seu roteiro original, narrando as consequências dos ventos de 1985, 34 anos depois.
Se chegares na série a partir dos eventos do filme, algumas diferenças entre eles te deixarão confuso. A adaptação de 2009 fez modificações sobre eventos nos quadrinhos que não se aplicam à série. Tens que estar atento especialmente a duas delas. No filme, Ozymandias causa explosões nucleares nas principais cidades do mundo, em vez de derrubar uma Lula Alienígena Gigante sobre Nova York. As explosões de Ozymandias possuem a mesma assinatura energética do Dr. Manhattan, e a culpa dos ataques é atribuida a ele. Dr. Manhattan ao perceber que a paz mundial foi alcançada, decide manter a imagem de inimigo da humanidade e deixa a Terra. No quadrinho, Dr. Manhattan não é acusado pelo incidente alienígena e decide partir da Terra para experimentar com a criação de novas formas de vida.
A série Watchmen é povoada por easter eggs e referências aos comics. Alguns são parte essencial do roteiro, uns estabelecem o pano de fundo dos acontecimentos, e outros são apenas acenos respeitosos ao material original. A melhor lista de referências que encontrei até o momento está aqui.
Watchmen é uma das obras que influenciou não apenas o meu ponto de vista sobre quadrinhos desde que a li pela primeira vez, como também afetou irreversivelmente o gênero como um todo. É uma daquelas obras que não dá para discutir tudo de uma só vez. Por isso, nesta postagem sobre a série da HBO, decidi falar a respeito dos temas e conflitos que mais me interessaram, e em quais aspectos os vejo como uma continuidade dos quadrinhos. Mas para chegar neste ponto preciso explicar um pouco qual é o contexto interno e externo dos comics. Se tu fores alguém que já conheces a releitura dos heróis clássicos em Watchmen podes pular o tópico a seguir e ir direto para a parte em que falo sobre a série.
As Eras de Ouro e Prata dos super-heróis
“This Extraordinary Being” / "Este Ser Extraordinário"
Watchmen é uma história com um diagnóstico de época. Ela é um argumento crítico, tanto das narrativa de super-heróis das décadas anteriores, como dos rumos políticos do mundo e dos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Não nego que os comics possam despertar interesse e divertimento independente deste contexto. Mas, a meu ver, as melhores interpretações dependem dessa compreensão. Então, se me permitires, pretendo resumir (sem ser exaustiva) informações que considero fundamentais para a melhor interpretação de Watchmen.
A primeira grande era dos quadrinhos é conhecida como a Era de Ouro (Golden Age), que inicia com o lançamento da primeira edição do Super-Homem em 1938 e vai até 1956. Neste período nasceram também Batman, Capitão Marvel (futuro Shazam), Capitão América e Mulher Maravilha, e com eles o arquétipo do super-herói. Estes quadrinhos já eram muito populares durante a Grande Depressão, mas suas vendas explodiram durante a Segunda Guerra Mundial. Suas histórias patrióticas veiculavam uma narrativa do triunfo do Bem contra o Mal que calhou muito bem com a época e influenciou a cultura e o nacionalismo militar americano.
A popularidade dos comics caiu ao final da Segunda Guerra, o que levou as editoras a priorizarem quadrinhos noutros gêneros, principalmente de terror, combate ao crime, mistério e romance. Mas mesmo estes sofreram uma nova queda com o surgimento da tese de que a má influência dos quadrinhos teria sido responsável pelo elevado índice de delinquência entre os jovens. Sim, começou ali, e um dos culpados é Frederic Wertham e seu livro de 1954 chamado "Seduction of the Innocent" ("Sedução do Inocente"). No mesmo ano, uma agência de regulação foi estabelecida para avaliar a adequação do conteúdo dos quadrinhos, a "Comics Code Authority". Esses fatores afetaram as novas histórias que deram início à Era de Prata (Silver Age), de 1956 a 1970.
A Era de Prata ampliou a variedade de narrativas disponíveis entre os comics, especialmente marcada por histórias inocentes ou divertidas para crianças, com algumas delas voltadas para o público adolescente ou selecionadas para um público adulto. Deuses e Magia ficaram menos populares e a Ficção Científica passou para o primeiro plano. Entre os quadrinhos de super-heróis mais vendidos estavam O Quarteto Fantástico, Lanterna Verde, Homem Aranha, Flash e Surfista Prateado.
Todos os super-heróis do Watchmen de Alan Moore são baseados em personagens das Eras de Ouro e Prata (veja mais sobre isso aqui). Moore os reescreveu tal como imaginava que seriam estas personagens caso vivessem numa versão alternativa do nosso mundo e durante as suas respectivas eras. Seus heróis deixaram de lado a virtude, ou melhor, a ingenuidade de antigamente. O time de super-heróis Minutemen, por exemplo, é totalmente embasado nos quadrinhos da Era de Ouro, e correspondem a uma visão realista de como seriam estes heróis durante os eventos da Grande Depressão e da Segunda Guerra. E Dr. Manhattan é um dos produtos da virada Sci-Fi próprios da Era de Prata, sua existência afeta o modo como os EUA enfrentou os conflitos na Guerra do Vietnam, o que levou à reeleição de Nixon.
Quando Watchmen retrata os super-heróis da terceira geração na década de 80, eles já se tornam mais corruptos, sombrios e céticos. As características patrióticas ou up-beat das duas eras anteriores foram completamente subvertidas pelo realismo implacável de Alan Moore. Assim surgiram os super-heróis que menosprezavam os rumos da humanidade, que viam sua hipocrisia com ironia e cinismo, que foram manipulados ou usados pelo governo, que cometeram crimes de guerra e abusos de poder, ou que tentaram impor sua vontade sobre o mundo.
O realismo de Alan Moore deriva em parte da sua visão política. Ele é anarquista declarado e cético quanto a legitimidade dos poderes políticos na civilização moderna. Moore considera o anarquismo “a forma mais natural de política que um ser humano poderia praticar” (nas palavras dele). Com esta visão, ele relê os heróis do passado sob o escrutínio da situação política da América durante as Guerras Mundiais e a Guerra Fria, atribuindo a eles os ideais ocultos destas épocas. Assim, o mundo de Watchmen opera de modo complexo, mas com uma lógica interna consistente, reverente ao caos natural da humanidade. Neste mundo, ninguém pode estar completamente certo ou errado, e cada um tem em si o potencial dos maiores e piores aspectos da humanidade.
E é com tudo isso que a série Watchmen dialoga.
Se esta contextualização do fenômeno dos quadrinhos americanos te interessou, recomendo ver os seguintes textos:
34 Anos Depois
"A God Walks into Abar" / "Um Deus Entra num Bar"
Confesso que a série da HBO feita pelo co-criador de Lost, Damon Lindelof, me surpreendeu. Mesmo sem ter a proposta de ser uma adaptação direta, tive receio de que o resultado fosse só uma repetição dos mesmos temas e do pano de fundo político do Watchmen de 1987. Como se, mais de trinta anos depois, nada tivesse mudado. Mas não foi este o caso.
A série traz uma perspectiva crítica atualizada para o nosso mundo, sem perder o viés realista do material original. Ela executa bem a conexão da narrativa de agora com a história pregressa dos comics, e retoma as pontas soltas dos quadrinhos para tecer novos conflitos relevantes hoje. Nos últimos anos, abandonamos a polarização e as tensões da Guerra Fria para desembocar num mundo pós-11/09, com combate ao terrorismo, drone warfare e a crise econômica de 2008. E hoje, como no passado, o Relógio do Juízo Final voltou a andar.
1. De Nova York para Tulsa, Oklahoma
"I Leave It Entirely in Your Hands" / "Eu Deixo Inteiramente em Suas Mãos"
34 anos depois que uma Lula Alienígena Gigante desabou em Nova York a paz mundial foi alcançada. Ara dos vigilantes mascarados chegou a um fim e Dr. Manhattan partiu para a Lua.
Mas hoje em Tulsa, Oklahoma, a polícia usa máscaras. Senador John Joseph “Joe” Keene Jr. conseguiu promover uma exceção à Lei Keene (projeto de seu pai, John David Keene, em 1977), desde o ataque terrorista chamado Noite Branca (White Night) em que o grupo supremacista Sétima Cavalaria (Seventh Cavalry) atacou as casas de 40 agentes da política de Tulsa na noite de natal de 2016. Dentre as vítimas estava Angela Abar e seu marido, Cal Abar, um dos poucos que sobreviveram aos ataques.
Depois dos ataques racistas à polícia de Tulsa e a legislação de proteção à identidade policial, Angela decide retomar o trabalho de detetive pela polícia sob o codinome de Sister Night. Apenas Angela e o chefe da polícia Judd Crawford, retornaram ao trabalho depois dos ataques de 2016. Uniram-se à forma, entre outros agentes policiais, os detetives Looking Glass (Wade Tillman), Red Scare, Pirate Jenny e Panda.
A nova configuração da polícia não intimida os membros da Sétima Cavalaria, composto por extremistas que consideram injusta e degradante as medidas de reparação histórica implementadas na cidade pelo Presidente Robert Redfort (sim, o ator) à população negra descendente das vítimas do Massacre de Tulsa de 1921. Em meio a escalada de hostilidades entre a polícia mascarada e a Sétima Cavalaria, a trilionária Lady Trieu compra uma fazenda em Tulsa, onde constrói seu mais novo projeto, o Relógio do Milênio (Millenium Clock).
A partir da configuração destes fatos e dos eventos que se seguem ao longo dos seus nove episódios, a série retoma algo do estilo dos quadrinhos de Alan Moore como crítica atualizada da nossa sociedade. Pelo menos aquelas relevantes hoje nos Estados Unidos. A conexão entre os temas políticos, culturais e sociais de Watchmen pode ser feita de várias maneiras, mas para a postagem de hoje decidi marcar três debates políticos do nosso mundo que permeiam a criação da história alternativa adaptada por Lindelof.
Terrorismo
Desde o ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, suas circunstâncias e suas consequências influenciaram o imaginário americano e, em certa medida, o cenário global de modo amplo e diversificado. Uma nova polarização surge, políticas internas e externas se adaptam às novas ameaças (reais e fabricadas). O modo como se faz guerra mudou, e com ele, mudou o modo como a retratamos nas narrativas ficcionais. Especialmente as histórias de super-heróis.
Do mesmo modo que a Guerra Fria foi central na narrativa dos quadrinhos de Watchmen, o terrorismo não poderia deixar de sê-lo na sua atualização para a TV. O ataque repentino da Lula Alienígena em Nova York se encaixa perfeitamente na narrativa pós-11/09, planejado por Ozymandias como fator de pânico com efeitos psicológicos em larga escala. E os ataques menores, sub-reptícios, ameaçadores no seu modo aleatório e imprevisível, são exatamente parte das características que descrevem ataques terroristas.
A série vai além e mostra como o uso de violência física e psicológica típicos do terrorismo são reproduzidos no próprio solo americano a partir de grupos extremistas, em especial aqueles de tendências conservadoras contra estrangeiros, migrantes e afrodescendentes.
Além da falsa ameaça alienígena mantida por Ozymandias, a série apresenta dois outros exemplos de ataque terrorista. O ataque da Sétima Cavalaria durante a Noite Branca, contra forças policiais em Tulsa em 2016, e o ataque que matou os pais de Angela Abar no Vietnam.
O ataque no Vietnam é explicado como consequência da violência com que Dr. Manhattan venceu a guerra pelos Estados Unidos, como “um conquistador azul que dizimou um modo de vida por completo”. Os EUA anexam o Vietnam como seu 51st Estado e passa a controlar o território com suas forças militares. O domínio americano sobre o território é comemorado e divulgado como uma grande vitória pela liberação do povo. Mas nem todos os habitantes do Vietnam percebem desta forma, especialmente os sobreviventes que lembram das perdas e sofrimento causados pela guerra de conquista. E marca a infância de Angela, assim como estabelece seu propósito de se tornar uma policial.
O segundo ataque terrorista sofrido pela protagonista em solo americano é em 2016 na Noite Branca. Este ataque é mais pessoal e direcionado a ela e a sua família por ela ser negra e parte da força policial de Tulsa. Mas em ambos os ataques, o alvo principal era a instituição americana na figura de seus agentes militares e policiais. O ataque de Tulsa, contudo, tem mais peso sobre os eventos recentes da série, pois a Sétima Cavalaria é um grupo extremista ligado a pessoas e organizações defensores da supremacia racial branca, e associados em torno de teorias da conspiração.
Teorias da Conspiração
Teorias da conspiração nunca foram novidade. Mas as circunstâncias delas hoje são bem diferentes daquelas que proliferaram no início do século passado. Hoje em dia a disputa sobre os fatos no mundo se tornou corriqueira e atinge todas as formas de conhecimento. A falta de confiança nos poderes estabelecidos do governo e da ciência, somados às bolhas de acesso individuais e Fake News, superalimentam as teorias da Conspcração.
O conspiracionista dos comics de Watchmen foi Rorschach. Rorschach é um herói controverso e problemático. Sua narrativa é ao mesmo tempo instigante e aterrorizante, conforme desenvolve sua paranoia elevada e seu preconceito profundamente racista, misógino e moralista. Por ter acertado uma vez ao decidir investigar o assassinato do Comediante, não significa que devemos tomar como correta a sua visão de mundo em geral. Sua investigação levou à descoberta dos planos de Ozymandias para a humanidade, mas os heróis remanescentes não puderam impedi-lo.
Rorschach, prevendo a sua morte e a provável conivência dos que sobrevivessem ao confronto com Ozymandias, decide enviar a um jornal local o seu diário. Nele estão anotadas todas as investigações que levam à revelação final, de que Ozymandias planejou o falso ataque alienígena para aterrorizar a humanidade. A série de Watchmen aborda as consequências da publicação do diário de Rorschach, que levou à fundação da Sétima Cavalaria. A organização é a herdeira das ideias de Rorschach, tanto da sua paranoia como da sua moralidade radical. Tomam a descoberta da conspiração como prova da sua importância e do seu legado, e reúne os descendentes da Cyclops, uma organização racista similar à Ku Klux Klan.
Há uma ambiguidade de origem tanto no Terrorismo quanto nas Teorias da Conspiração, pelo menos tal como foram abordados na série. Em ambos os casos, há uma culpa de origem no próprio governo americano pelo modo como ele lidou com políticas internas, a guerra e enfrentamentos internacionais. E, por outro lado, uma vez que ganham força própria estas frentes antigovernamentais desenvolvem momentum para as mais diversas agendas.
Racismo
Dentre os vários conflitos abordados na série, acredito que o racismo seja o principal. As atrocidades racistas do passado americano e a sua continuidade no cotidiano contemporâneo são a linha que conecta os eventos do enredo e os temas do terrorismo e das conspirações.
O racismo é apresentado como um fenômeno histórico, produzido pela própria sociedade americana em vez de alguma forma de inimigo externo. Ele ocorre quando a cultura local de um país é dizimada em nome da liberdade, como ocorreu no Vietnam da realidade alternativa de Watchmen. Mas ele também ocorre pela disseminação do ódio ao diferente e ao outro, como no Massacre de Tulsa.
Muitas vezes ambas as formas de disseminação do racismo servem à agenda política ou planos de poder de certas pessoas. O modo como o Cyclops age, no passado, promove a agenda da supremacia racial branca ao mesmo tempo que mantém certas estruturas de poder intactas em favor de famílias, comerciantes e políticos. Não à toa um dos mais recentes líderes da Cyclops e coordenador da Sétima Cavalaria é o Senador Joe Keene Jr., que explora a descoberta de manipulação por parte de Ozymandias para a eleição do presidente Redfort, favorável às causas liberais. Descobrimos, enfim, que Keene e Crawford, o chefe da polícia, orquestraram juntos os ataques da Sétima Cavalaria e a liberação do uso de máscaras pela polícia para elevar o estado de tensão em Tulsa e servir de plataforma política para a candidatura de Keene à presidência.
Do outro lado do racismo, temos a história da família de Angela Abar e a revelação da origem do primeiro super-herói americano, o Hooded Justice. O destino do herói misterioso, cujo rosto e seu fim não foram revelados pelos comics, é ressignificado na série. Hooded Justice se revela um homem negro chamado Will Reeves, sobrevivente ao Massacre de Tulsa, que se torna policial em prol da justiça.
Como policial, Reeves não consegue proteger a sociedade ou a si próprio, e sofre as consequências de ser um policial negro nos anos 30. Depois de ser espancado e quase enforcado por outros policiais, Reeves desiste de buscar justiça através da força policial e cria uma identidade falsa, o Hooded Justice. Sua identidade é duplamente protegida pela máscara de pano e pela pressuposição geral de que os heróis americanos eram todos brancos. O é reforçada na série pelo show de TV que representa o herói com um ator branco ao adaptar a história reconstruída do Hodded Justice e os Minutemen.
O toque da série sobre o tema racismo é o que ela trouxe de mais novo para o contexto de Watchmen. Quase como uma metacrítica aos quadrinhos originais, a série aponta como proposital a falta de heróis negros. Vigilantes que caminham no limiar da sociedade e das instituições só poderiam fazê-lo com alguma liberdade se conformados a outras regras culturais e sociais, em grande parte dirigidas por preconceitos raciais e sexuais.
Há uma releitura crítica até mesmo ao vigilantismo dos Minutemen, que encontrou sua função em combater inimigos isolados, fácies de enquadrar e simbolicamente usáveis como plataforma de autopromoção. Em vez de, por exemplo, desmascarar e desfazer as organizações supremacistas.
Eu gostaria de poder escrever mais sobre as relações entre a adaptação destes temas do comics para a série. Da relação entre as personagens antigas e suas novas representações. Das variantes e ressignificações do uso da máscara e da relação entre identidade, proteção, violência e vigilantismo. Ou das mudanças nas representações entre o pensamento conservador e o pensamento liberal em Watchmen. Espero trazer mais discussões noutras postagens. Também tenho minhas próprias teorias e especulações para a próxima temporada a partir dos pontos da primeira, e espero escrever em breve.
Recepção
Considero Watchmen uma excelente adaptação do material original, com renovações interessantes e em alguns casos essenciais. A recepção negativa mais sonora parece vir exatamente daquelas organizações que possivelmente se viram representadas nos herdeiros de Rorschach, da Sétima Cavalaria e dos Cyclops. A recepção dos críticos no Rotten Tomatoes chegou a 96% Fresh, com 97 resenhas e uma nota geral entre 8.53/10. Mas a votação da audiência no mesmo site é contrastante, e suspeita-se que seja tão baixa por conta de ataques on-line organizados contra a série (fenômeno conhecido como Review Bombing).
Os episódios 6 “This Extraordinary Being” e 8 “A God Walks into Abar” são geniais tanto na sua produção quando no conteúdo. Mostram quanto trabalho e esforço criativo foi investido na história, estabelecem seu lugar no legado do gênero e alimentam a esperança de que as críticas e o estilo realista de Watchmen não desaparecerão. Infelizmente, não endosso tanto o último episódio “See How They Fly”, que a meu ver subutiliza personagens interessantes e descarta partes do enredo que precisavam de maior desenvolvimento.
TL:DR ~ Muito Longo – Li foi nada!
A série Watchmen é um sucessor digno dos quadrinhos.
A Era de Ouro e a Era de Prata dos quadrinhos estão associadas às Guerras e crises americanas.
A crítica de Watchmen ao contexto de formação dos super-heróis e do seu próprio tempo é um marco transformador deste gênero.
A série Watchmen aborda os temas contemporâneos do Terrorismo, Conspirações e Racismo.
A frequente representação de ataques alienígenas, estrangeiros ou controlados por forças ocultas durante as décadas de 80 e 90 teriam previsto ou inspirado o ataque de 11/9?
Comentarios